Existe um tipo de pessoa viciada em ajudar os outros. O que parece altruísmo, na verdade, pode ser um traço denominado codependência emocional.
O codependente nunca consegue entrar num relacionamento em uma posição de igualdade com o outro, seja de amor, amizade ou de trabalho, já que o vínculo se fortalece quando, na outra ponta, há um doente, alguém que precisa ser salvo. Essa situação é o seu alimento.
Obviamente, isso não quer dizer que a empatia, a cooperação mútua, o suporte emocional entre as pessoas sejam um sinal de doença. Ao contrário, são comportamentos característicos de relações saudáveis.
O que ocorre é que o codependenteemocional não estabelece relações positivas e pode até afastar-se diante da melhora do seu parceiro, amigo ou boicotar boas relações de trabalho para permanecer fiel a essa dinâmica.
Como não se sente capaz de olhar para as suas feridas emocionais, dedica-se integralmente aos outros e com duplo benefício – geralmente, inconsciente: evita o contato consigo mesmo e sente-se útil em auxiliar o próximo.
É muito difícil um codependente buscar ajuda para essa questão, pois vê como positiva a imagem de alguém que se despoja de si mesmo em benefício do outro. Essa crença é, muitas vezes, transmitida pela família e reforçada socialmente, o que não significa, entretanto, que seja saudável.
Auxiliar os outros é ótimo, mas é preciso ter um limite, o qual não pode exceder o autocuidado, o amor próprio e, sobretudo, comprometer relações saudáveis, que geram alegria, amor e prosperidade.
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