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Máscara, sombra e self

Desvendando os dramas dos relacionamentos amorosos


Muitos de nós já tiveram términos de relacionamentos dolorosos, que levaram a mágoas profundas e ao rancor. Creio que muitos puseram-se a se perguntar como um romance tão promissor pôde acabar em brigas, ofensas e, em casos graves, violência. Podemos analisar a responsabilidade de cada um e, ainda assim, permanecermos na superfície da questão. E o pior: repetir os problemas na relação seguinte.


Quando conhecemos o nosso par, vestimos uma máscara social e mostramos ao outro o que nos convém mostrar: nossas qualidades, as virtudes e realizações. O poeta Carlos Drummond de Andrade explica bem esse jogo nos primeiros versos do poema “Destruição”: “Os amantes se amam cruelmente, e com se amarem tanto não se veem”. Cada um só enxerga o que mais lhe agrada e não a inteireza do outro.


A máscara não pode ser mantida o tempo todo. Logo, com a convivência, a sombra dos parceiros começa a emergir. A sombra é o lugar das angústias, dos traumas, das mágoas, do rancor, da inveja, da maldade. A sombra é aquilo que nós definimos como “feio”, “obscuro” e que não deve ser visto nem olhado. E este é o grande problema: porque aquilo que não é visto, nem trazido à consciência, acabará por influenciar no comportamento humano, como já apontava o criador da Psicologia Analítica Carl Jung, e de forma nociva, inclusive.


A sombra é um campo minado oculto. Assim, quando uma atitude ou uma fala do parceiro, aparentemente inofensiva, se transforma num grande conflito, como se uma guerra houvesse irrompido, é o sinal de que esse espaço de dor emocional foi atingido. Comumente, um irá disparar a ferida do outro e se o casal não tiver maturidade suficiente para dialogar ou não conseguir aprofundar-se no relacionamento, dificilmente as duas pessoas conseguirão ser felizes.


É preciso atravessar essa sombra para chegar ao self, à essência de cada um. No vídeo em que aborda o tema, a psicóloga Carol Pinheiro afirma que ao atingir o self um do outro, os parceiros percebem que são iguais, pois compartilham da mesma essência divina, pura e amorosa. “Por trás de toda essa camada de sombra, existe a divindade em mim e no outro. Por isso, dizemos que somos um”, afirma.


Ela alerta, entretanto, que essa conexão self-self não é duradora e que haverá muitos momentos de desafios com o cônjuge, mas destaca que depois de alcançar essa essência – que é muito poderosa, uma vez que é fonte divina -, torna-se muito mais fácil de lidar com as máscaras e com as sombras do parceiro.


Relacionamento amoroso é um dos temas do Grupo de Estudos e Práticas Terapêuticas de Consciência Sistêmica, cujos encontros ocorrem às quartas, das 19h30 às 21h30, e dos Workshops de Constelações Familiares.


Venha conhecer e participar. Uma vida mais feliz e saudável está à sua espera!