Muitos de nós sentem um incômodo. Pode começar inexplicável, pode envolver fenômenos ou fatos inexplicáveis, pensamentos questionadores da realidade, dificuldade de encaixe ou desinteresse quase total pelo cotidiano.
Se esse incômodo só cresce, a ponto de nos mobilizar a fazer algo a respeito, é quando a jornada começa e passamos a buscar algo a mais que o conhecimento, o conforto, o sucesso, a estabilidade, os filhos, o cônjuge, não podem suprir.
Segundo Bert Hellinger, em toda família, em alguma geração, aparecerá um buscador, alguém que não seguirá as crenças e os padrões estabelecidos pela família, promovendo uma ruptura, sobretudo porque, conforme a Lei do Pertencimento, é preciso seguir as regras do grupo familiar para ser parte daquele sistema. O buscador quebra essa lei e, frequentemente, é alcunhado de “ovelha negra” e posto à margem.
O médico, psiquiatra e psicoterapeuta Mario Koziner, também constelador, explica que o buscador personifica o elemento que nasce com a missão de buscar novos caminhos para o sistema familiar romper com padrões negativos e doentios, com as crenças limitantes que impedem a todos de evoluir. Dito de outro modo, o buscador tem potencial para elevar o padrão vibracional do sistema familiar a que pertence.
Contudo, esse indivíduo pode encontrar dificuldades para cumprir o seu propósito e nem sempre a jornada é benevolente com os que ousam desafiar as regras familiares. É, sobretudo, um caminho solitário e cheio de provações.
O buscador não é um ser iluminado, mas um ser humano que procura a sua iluminação interna e, para isso, precisa vencer dores e traumas emocionais, jogos do ego, vícios, entre outros.
Uma vez no caminho, observa-se que sua jornada é interna, em busca de autoconhecimento, ampliação de consciência e realização espiritual. Não é um santo, mas uma pessoa comum, que entende os emaranhados familiares, respeita o sofrimento de seus membros, mas recusa-se a repetir os padrões de dor e quer algo melhor e mais saudável para si.
Quando consegue se conectar com o seu self, com a sua essência divina, o buscador torna-se um realizador, pois faz o caminho de volta à sua origem para compartilhar o seu aprendizado de alguma forma.
Isso pode ser feito de infinitas maneiras, seja constituindo a sua própria família e educando seus filhos de uma nova perspectiva, seja com um trabalho terapêutico, seja em uma comunidade religiosa ou inovando em ações inéditas, nunca realizadas.
