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Sistemas familiares desequilibrados e o vício em drogas

Abordagem sistêmica identifica ausência do pai como motivação para a dependência


Com exceção da violência, as drogas são, certamente, a maior preocupação dos pais com relação a seus filhos e têm motivos para isso. Um estudo da Unifesp mostrou que 28 milhões de pessoas tinham pelo menos um parente dependente químico em 2013. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima meio milhão de mortes todos anos ligadas ao consumo de drogas.


Se as estatísticas provocam pânico, a realidade do convívio com o viciado é ainda mais complexa e dolorosa. Entre ameaças e agressões verbais e físicas, de internação em internação, muitos desses pais se perguntam qual o motivo para seus filhos trilharem esse caminho.


Cada área do conhecimento tem a sua contribuição na elucidação dessa questão, mas nós vamos nos ater à abordagem sistêmica e ao olhar familiar sistêmico que Bert Hellinger, criador dessa teoria e das constelações familiares, nos apresentou em livros como “As Ordens do Amor” e “A cura”, nos quais trata dos vícios e das compulsões.


Para Hellinger, o vício está relacionado à ausência do pai na infância. Esta ausência pode ocorrer de diversas formas, como, por exemplo, por morte – e a função paterna não é preenchida -, por omissão – deliberadamente, o pai negligencia seus filhos – e por obstrução materna – o conflito entre marido e mulher faz com que esta despreze e diminua tudo o que existe de positivo no referencial paterno diante dos filhos, impedindo as crianças de internalizarem o que o pai traz de bom para transmitir a eles.


Quaisquer que sejam as razões, esses filhos desenvolvem-se por meio de uma visão distorcida de pai e não recebem dele o que é necessário para se sentirem completos e caminharem em direção à vida. Desse modo, buscam uma forma de suprir e compensar tal falta, em geral, inconsciente. E as drogas se toram essa opção. Como bem pontuou o psicoterapeuta e constelador Carlos Froes, “a droga tira a pessoa desse planeta e a leva para uma realidade mais fácil de suportar”.


Pode haver, ainda, entre aqueles que se viciam em drogas pesadas, manifestando um desejo inconsciente de morte e que precisa ser mais profundamente investigado. Utilizar estratégias para caminhar no sentido contrário à vida, evidencia um comportamento muito doentio, que merece atenção por parte de familiares e amigos.


O próprio Ministério da Saúde já descreveu, em uma de suas portarias sobre o suicídio, a importância de se identificar comportamentos autodestrutivos dos adolescentes, como aqueles que os levam a beber e a dirigir em alta velocidade, por exemplo, caracterizando um traço de absoluta desvalorização da vida.


A relação entre pais e filhos é tema do grupo de estudos e práticas terapêuticas de Consciência Sistêmica, cujos encontros ocorrem às quartas, das 19h30 às 21h30, e dos Workshops de Constelações Familiares, realizados mensalmente, aos sábados, das 13h às 20h30.


Venha conhecer e participar. Uma vida mais feliz e saudável está à sua espera!