Nesta semana, vi um adesivo de caderno, que dizia: “Me encanta tudo aquilo que me tira da realidade”. Em uma sociedade adoecida, realmente, este é um desejo compreensível, mas nãoaceitável.
Pare e reflita: se a sua realidade for boa, se permite a você evoluir e prosperar, haverá a necessidade de se afastar dela? Com certeza, não. Isso significa que só queremos sair da realidade quando estamos em dor.
A fuga da realidade é a fuga do sentir, e essa desarmonia só nos faz adoecer. Em algum momento, será preciso encarar essas sombras e atravessá-las, mesmo porque permanecerão presentes no dia a dia. A diferença é que não haverá consciência sobre como lidar com elas adequadamente.
O problema é que nem sempre a dor sentida no momento atual é, de fato, fruto do agora. Geralmente, suas raízes são mais profundas e remontam a traumas vivenciados na infância, quando não havia meios de se resolver essas questões.
Essa rejeição, geralmente, reflete-se como insucesso profissional, sérias dificuldades pessoais e financeiras e falta de apreço pela vida.
Assim, traumas e crenças, escapes e distorções de realidade passam a compor a lente com que filtramos as nossas escolhas, o nosso dia a dia, e se sucedem cotidianamente.
Imagine uma menina, cuja mãe era sempre xingada pelo marido, mas ainda assim o amava e nunca se separou dele ou impôs limite a sua linguagem. Ao se tornar adulta, a filha se une a um parceiro bem semelhante ao pai.
Grosso modo, ela aprendeu que o desrespeito e as ofensas são um comportamento natural entre casais que se amam.
Todavia, essa situação gera tristeza, mas se a nossa jovem fictícia não tomar consciência de que esse tipo de amor é doentio, nada se modificará em sua vida, pois mesmo que encontre um parceiro gentil, é provável que passe a agir com desrespeito, já que é a única forma de manifestar amor que conhece. Logo, cairá no ciclo da repetição e da dor.
Portanto, quando propomos a alguém ampliar a sua consciência, o objetivo é fazer com que este indivíduo tome parte de sua realidade, aprendendo, segundo as leis naturais da Vida, quais referenciais são saudáveis para serem adotados e quais os doentios a serem abandonados.
Tudo aquilo que é natural e prazeroso está em harmonia com o amor e com a vida. A normalidade e a presença consciente no aqui e no agora são elementos essenciais para uma vida feliz e saudável.
