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Você premia a doença do seu filho?

Presentear os filhos enfermos por pena enfraquece a capacidade deles em lidar com situações difíceis


Você foi o tipo de criança que ganhava presente quando estava doente? Ou o tipo de pai/mãe que ofertava um agradinho para fazer o filho enfermo se sentir melhor?Parece inofensivo, mas além de ensinar uma estratégia de manipulação à criança – adoecer para ganhar algo -, premia-se a doença para amenizar o sofrimento e deixa-se de entender o essencial nessas circunstâncias.


É muito comum os pais não admitirem o sofrimento pelo qual o filho precisa passar e sentirem pena. Isso coloca a todos em uma dinâmica bastante nociva, ainda que involuntária, pois amenizam a resistência interna das crianças e o poder de enfrentar situações difíceis ao invés de transmitirem a elas força, coragem e apoio.


Claro, não se pode ignorar a dor dos pais quando impotentes diante da gravidade de certas doenças, todavia, como adultos, têm meios para buscar outros recursos, para além dos seus próprios, e lidar com a situação imposta.O foco, entretanto, é a criança. É ela quem tem de ser vista com dignidade e respeito, jamais com pena. Os presentes, em geral, fazem os adultos se sentirem melhor, não os pequenos.


Estes podem, em alguns casos, tentar corresponder às expectativas dos pais, demonstrando uma certa alegria, mas o que de fato promove bem-estar é a força do amor saudável dos responsáveis, a qual favorece a segurança interna e acalma os medos diante das incertezas do mundo infantil.


Vale lembrar que os pais são o referencial de vida para os filhos, logo, é com esses adultos que aprenderão como se colocar e reagir no mundo, e terão mais chances de sucesso se não forem vitimizados ou tratados como “coitadinhos” na infância.